Histórico de Bongaba


Pra quem não sabe, a cidade de Magé é dividida em 6 Distritos. No 6º Distrito, chamado de Vila Inhomirim( Ou Piabetá pros mais leigos), encontra-se o Bairro de Bongaba.

Bongaba é um bairro praticamente rural, muito pobre, que sofre um descaço tremendo. A história do bairro começa lá em 1696 quando a Igreja de Nossa Senhora da Piedade do Inhomirim é construída - valendo ressaltar que nessa igreja foi batizado  aquele que viria a ser o Duque de Caxias -  se tornando, na época, a sede paroquial do que seria hoje a baixada fluminense. Nos dias atuais, a igreja encontra-se completamente abandonada e em ruínas.

Tempos depois, lá por volta dos anos de 1850, Irineu Evangelista de Souza ( Barão de Mauá) inaugurava a primeira estrada de ferro do Brasil que ligava o porto de Mauá até Petrópolis. A Ferrovia passava por Bongaba e no bairro possuía uma parada. Durante muitos anos a estação ficou ativa até que o progresso chegou e vários trechos da primeira ferrovia do Brasil foram desativados, incluindo a estação de Bongaba, com isso, esse que poderia ser mais um ponto histórico foi esquecido, largado e depredado com o tempo. Nada está tão ruim que não possa piorar.

Lá pelos anos de 1970 bongaba já sofria com o descaço do poder público. Apesar da pobreza, a população de Bongaba se alimentava do que a terra produzia e assim ia vivendo, mas uma hora o progresso chega e com ele alguns problemas, entre eles o lixo. A prefeitura de Magé precisava de um local onde pudesse despejar seu lixo e como bongaba estava muito próximo do centro urbano porém era um lugar bem "deserto", começou-se a despejar lá todo o lixo do município de Magé. A população de Bongaba começava a crescer paralelamente aos problemas sociais, a falta de oportunidades inclinou a população para a unica opção existente, o lixo. Sem opção, as pessoas começaram a trabalhar na catação de materiais recicláveis, mais do que isso, elas viviam completamente do lixo. No lixão de Bongaba, aquilo que você descartava era disputado a tapa e matava a fome de uma pessoa sofrida, do idoso e da criança. O Iogurte vencido, o biscoito fora da validade, um pedaço de carne e o resto de comida eram dez vezes melhor que a dor de não ter o que comer.

 No Lixão de Bongaba homens e mulheres sustentavam suas casas, ganhavam com a reciclagem do lixo até mais do que o suficiente para a sobrevivência, conseguiam sustentar seus filhos e vencer a miséria. Durante 30 anos essa era a realidade do bairro, ele começou a girar em torno da "Industria do Lixo". Bongaba chegou a ter cerca de 500 catadores ao longos dos anos que existiu, até que em 2011, para entrar em acordo com a Politica Nacional de Resíduos Sólidos, o Lixão de Bongaba  foi fechado e no local foi implementando um "Aterro Controlado". Os catadores forem expulsos e proibidos de trabalhar no local. Da noite para o dia centenas de pessoas se viram "desempregadas" e entregues a própria sorte, a situação que já não era das melhores, agora era a das piores já existentes. O "Aterro Controlado" não era lá tão bom quando diziam os políticos, um crime ambiental estava ocorrendo de forma muito desordenada e foi preciso muita denúncia e muita luta para que  o local fizesse jus ao nome. Dos quase 500 catadores, 10 formaram uma cooperativa e tentam sobreviver com o "suporte"  da prefeitura e da empresa que opera a remediação do aterro.  O restante  tenta sobreviver como pode, voltando a catar nas ruas de forma bastante humilhante, revirando o lixo no meio de praças ou fazendo alguns" bicos por ai". E Assim eles vão seguindo a vida, esperando que o destino traga bons ventos, onde eles possam pelo menos viver do mesmo modo que viviam quando "trabalhavam" no Lixão de Bongaba, onde a luta contra a fome podia ser vencida. 
Chegamos aos dias(de luta) atuais de Bongaba.



3 comentários:

  1. resultado do descaso e falta de compromisso com o ser humano, nossa cidade é o retrato de de como a corrupção vem destruindo o melhor que o brasil tem, o brasileiro, pois também fazemos parte do meio ambiente. o lixão foi fechado, mas tenho certeza de que nada vem sendo feito nem pelas pessoas e nem pelo meio ambiente.

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  2. Enquanto existe famílias Cozollino nesse lugar fica di

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