As Alunas da Faculdade Veiga de Almeida. |
Em novembro de 2011, Um grupo de 4 meninas da universidade da Veiga de Almeida, alunas do curso de serviço social, realizaram um trabalho em Bongaba sobre os problemas da desativação do Lixão e a situação dos catadores.Elas entrevistaram cerca de 12 dos 500 ex-catadores. Foi um trabalho interessantíssimo e eu deixo a vocês algumas partes do trabalho delas, que foi merecedor de nota Máxima.
"Agradecemos ao nosso mais novo amigo
Felipe Gomes( Eu que vos escrevo), por ter nos contado sua
história, nos apresentado ao Lixão de
Magé e aos catadores de Bongaba; à
Danielle Corrêa Ferreira, por sua
disponibilidade e por ter nos dado a
carona necessária para o melhor
aproveitamento de nosso tempo; aos
catadores de Bongaba por terem sido tão
receptivos e pacientes com nossas
perguntas e à Vanessa de Almeida, por
ter passado uma madrugada em claro
preparando nossos gráficos."
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que o objetivo do nosso projeto de pesquisa é avaliar o
impacto da desativação do lixão de Magé na vida dos catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis, concluímos que grande parte destes está dispersa e não
integrada como a Lei 12.305 dispõe. A quantidade de catadores participantes na
cooperativa é ínfima diante da quantidade de pessoas que garantiam o seu sustento
e o de sua família da catação no Lixão de Bongaba.
No que tange ao incentivo à integração dos catadores, vimos o contrário.
Encontramos disputas políticas dentro e fora da cooperativa. Os catadores
encontram dificuldades para se organizarem por motivos variados, como falta de
informação e instrução, e ficam sujeitos à manipulação arbitrária de quem possui o
poder ou a influência de decisão.
A situação de miséria e falta de perspectiva da grande maioria dos catadores
é de doer. Muitos afirmam não ter mais sonhos e só conseguem enxergar um palmo
à sua frente. São levados a acreditar que não existe solução para sua atual condição
de vida e ficam a mercê de “atravessadores” ou do próprio poder, que muitas vezes
não está preocupado com a melhoria da condição de vida destes catadores.
O CTR funciona sem cumprir todos os trâmites da lei, sem disciplina na
preparação do solo e sem tratar o chorume devidamente. As perguntas que ficam
são: foi em vão a atual situação de “desemprego” da maior parte dos catadores do
Bongaba? O antigo lixão de Magé foi substituído por um lixão aterrado? Quais
benefícios a população do Bongaba e a sociedade Fluminense estão ganhando?
São perguntas para serem pensadas e transformadas em ações de
enfrentamento a esta situação, pois é fácil dizer que um lixão foi substituído por um
“Centro de Tratamento de Resíduos”, difícil é cumprir a lei na íntegra.
Também nos chamou a atenção as ações do estudante Felipe Gomes. Sua
juventude e desejo de ajudar o próximo nos mostrou como um cidadão
inconformado e instruído pode fazer a diferença. Segundo ele, tudo o que existe hoje
sobre o lixão de Bongaba na internet, foi ele que divulgou. Sua atitude firme e
determinada perante esta luta é de constranger qualquer um. Precisamos de
pessoas como Felipe a fim de que a voz do povo seja ouvida e as autoridades não
possam mais agir com descaso diante de situações como as de Bongaba.
Alunas da Veiga de Almeida com parte das cooperativadas da CoperAção Bongaba |
Coperação Bongaba |
CTR Bongaba |